quarta-feira, 8 de novembro de 2017

O BARROCO - A ARTE DO FAUSTO E DA EXIBIÇÃO


A literatura barroca preocupava-se com os jogos de palavras, imagens, construções e conceitos, etc., esvaziando-se, por vezes, de qualquer teor temático e constituindo uma fuga à realidade. A este nível, o Barroco trata temas intimamente relacionados com o ambiente de desalento de então, como a efemeridade da vida.



Igreja de São Roque, Lisboa (altar)

Capela Real de S. João Batista, Igreja de S. Roque
Em finais do século XVII, a situação económica, política e social de Portugal estava em declínio pelo que fomos impulsionados a unirmo-nos à Espanha, perdendo assim a nossa independência. Contudo, esta união não surtiu os efeitos desejados na medida em que a Coroa portuguesa permanecia demasiado tempo em Madrid, menosprezando os interesses da Nação. Além disso, todos, em geral, estavam descontentes contra a disciplina ideológica que pretendia travar os sentimentos patrióticos portugueses, daí que uma das obras mais lidas nesta altura fosse precisamente Os Lusíadas de Luís de Camões.

A juntar-se à Inquisição surgiu a censura política do governo espanhol. O povo era oprimido e mesmo as classes mais abastadas estavam desiludidas com o estado da sociedade de então.
Assim, surgiu nesta época uma literatura de evasão, cuja finalidade era desligar-se dos problemas sociais e que possuía uma função essencialmente lúdica.


A arte barroca caracteriza-se principalmente pelo exibicionismo no sentido de impressionar o povo com a sumptuosidade da azulejaria e da talha dourada que constituem o ponto máximo da arte seiscentista. A par do barroco surgiu uma expressão artística mais individual denominada Maneirismo e cujos temas eram principalmente as limitações do Homem na Terra, o desengano da vida, a fugacidade do tempo, entre outros.

Esta foi a Idade do Ouro da prosa, destacando-se as cartas, os sermões, as hagiografias e os tratados moralistas como os géneros mais cultivados nesta altura.

Igreja de Santo António, Lagos, Portugal

De entre as figuras do Barroco destaca-se o Padre António Vieira, que dedicou toda a sua vida a defender causas de injustiça social, que mais tarde deixou registado em cartas e sermões ainda hoje atuais e de importância vital para conhecermos a realidade do século XVII.


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