segunda-feira, 28 de setembro de 2015

ALMEIDA GARRETT - FLORES SEM FRUTO e FOLHAS CAÍDAS ( I )



Não vou colocar dados biográficos... encontram-nos por aí para todos os gostos.
Mas é necessários conhecê-los para atingir, compreender a obra, neste caso, o poeta... não se esqueçam disso.

Feitas várias leituras, consultados vários artigos, opiniões e análises é esse o caminho que escolho como sempre. Leiam, considerem e interpretem. Foi o que fiz.


FOLHAS CAÍDAS ... e ainda antes da Advertência

- são o ponto mais alto da lírica garrettiana e uma das três obras que lhe garantiram a imortalidade; são as outras duas Frei Luís de Sousa e Viagens na minha terra.

- Almeida Garrett é um autor de formação clássica e arcádica que teve de alterar muito para aderir aos novos modelos estéticos e culturais do Romantismo.

- Folhas Caídas evocam momentos experimentados de uma história de amor que o poeta terá vivido. Trata-se de uma paixão tardia por D. Rosa Montufar, viscondessa da Luz. Viu-a num baile  em 1845 - ver poema Aquela Noite! - mas, segundo palavras suas, só a viu com os olhos da alma em 1846.

- O poeta surge como um herói romântico ao permitir que Folhas Caídas sejam uma chave biográfica, com a insistência no uso das palavras Rosa e Luz, mesmo nos títulos dos poemas.

CLASSICISMO versus ROMANTISMO



CLASSICISMO versus ROMANTISMO


Predomínio da inteligência e da razão.
Predomínio do sentimento, da sensibilidade e da imaginação.
Defesa da objetividade e do impessoal.
Defesa da subjetividade e do pessoal.
Cultivo da antiguidade greco-latina (obras, mitologia e personalidades históricas).
Culto da Idade Média (lendas e tradições).
Equilíbrio, disciplina, clareza e ordem.
Arrebatamento e exaltação.
Representação do homem equilibrado, saudável, moralista e disciplinado.
Representação do homem carregado de traumas, indisciplinado, instável e egocentrista, sem grandes preocupações morais e pessimista.
Gosto pela vida em sociedade.
Herói individualista e solitário.
A busca de certezas e da verdade.
A incerteza, a insatisfação e a angústia.
A mulher como deusa, reflexo do amor divino (platonismo).
A mulher anjo (um ser quase divino) e a mulher demónio (sedutora e fatal).
Amor racional e intelectualizado.
Amor sentimental e sensual.
Natureza luminosa, colorida, alegre, suave.
Natureza sombria e melancólica.
Preferência pela luz e pelo sol.
Preferência pelo crepuscular e pelo noturno que propiciam a meditação e os estados melancólicos.
Paisagem aprazível e bucólica; os espaços abertos (locus amoenus).
Paisagem rude e agreste; os espaços fechados ou abandonados: o quarto, cemitérios, igrejas, grutas, criptas, etc. (locus horrendus).
Paisagem condicionada pela presença ou ausência da mulher amada (petrarquismo).
A paisagem como um estado de alma.
Preferência pelo belo aristocrático.
Preferência pelo belo horrível, quotidiano e vulgar.
Versificação e métrica regulares; unidade estrófica.
Versificação livre, métrica irregular e variedade estrófica.
Linguagem selecionada e pouco acessível; uso de cultismos.
Linguagem acessível e, em determinados contextos, popular.

CLASSICISMO vs ROMANTISMO (2)





O ROMANTISMO


O Romantismo é completamente o oposto da corrente anterior – o Classicismo. Representa, na literatura e na arte em geral, os anseios da classe burguesa que, na época, estava em ascensão. A literatura, portanto, abandona a aristocracia para caminhar ao lado do povo, da cultura leiga. Por esse motivo, acaba por ser uma oposição ao Classicismo.

Ao Romantismo cabe a tarefa de criar uma linguagem nova, uma nova visão do mundo identificada com os padrões simples de vida da classe média e da burguesia. Enquanto o Classicismo observava a realidade objetiva, exterior e a reproduzia do mesmo modo através de um processo de imitação sem deformar a realidade, o Romantismo deforma a realidade que, antes de ser exposta, passa pelo subjetivismo expressivo do indivíduo. A arte romântica inicia uma nova e importante etapa na literatura, voltada para os assuntos do seu tempo – revoluções sociais e políticas, esperança e paixão, luta e rebeldia — e ao quotidiano do homem burguês do século XIX; retrata uma nova atitude do homem perante si mesmo. O interesse dessa nova arte está voltado para a espontaneidade, os sentimentos e a simplicidade – sendo, assim, subjetiva e opondo-se, desse modo, à arte clássica que cultivava a razão, isto é, a realidade objetiva.

A arte, para o romântico, não se pode limitar à imitação, mas ser a expressão direta da emoção, da intuição, da inspiração vividas por ele na hora da criação, anulando, por assim dizer, o perfecionismo tão utilizado e tão exaltado pelos clássicos. Não há retoques após conceção para não comprometer a autenticidade e a qualidade do trabalho criativo.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

MAIS UM ANO... E AINDA BEM :)!



desejo aos meus alunos, a todos os que por aqui passarem e lerem estes rabiscos, um excelente ano letivo ou outro.

aos perseverantes da Literatura Portuguesa, agora no 11º ano, e aos novos de 10º ano de Português sem esquecer os formandos dos cursos EFA, desejo paciência para me ouvirem e aturarem  :).

um ano letivo passa rapidamente embora as noites de inverno sejam um desafio à resistência. mas pior seria desistirem.

Um Bom Ano, Sim.


fernanda