"(...)
O Livro III sob o título Roteiro Megalítico -
Percurso Mágico em Terras Portuguesas referencia alguns dos principais
elementos megalíticos, ou "cantinhos mágicos" por excelência,
existentes no nosso país e, tanto quanto possível, estuda ou levanta algumas
questões sobre a sua origem e/ou seu significado. Refira-se que durante algum
tempo o nosso país foi considerado o berço do megalitismo na faixa atlântica da
Europa. Apesar da evidente destruição a que os monumentos de pedra foram
sujeitos, quer pela ação humana quer pela ação da natureza, os vestígios eram,
porém, mais abundantes no solo português do que no resto dos países europeus.
(...)"
in MITOS E LUGARES MÁGICOS DE PORTUGAL
Eduardo Amarante
Zéfiro, 1ª edição, p. 17
Província do MINHO
Compreende os distritos de Viana do Castelo e Braga e
fazia parte da antiga Galécia
FONTE DO ÍDOLO
Antigo monumento da época romana.
A Fonte do Ídolo fica situada na rua do Raio, na freguesia
de São José Lázaro, cidade, concelho e distrito de Braga, Portugal.
A cidade de "Bracara Augusta" foi fundada por
volta de 16 a.C., sob o governo de Augusto, localizada numa região
anteriormente ocupada por povos autóctones. Conhecidos pela sua tolerância em
matéria religiosa, os romanos permitiam o culto a outras divindades que não
fossem as romanas.
É neste contexto que se insere a Fonte do Ídolo, crê-se
datada do século I, santuário dedicado a um deus local chamado Tongoenabiagus,
associado aos cursos de água.
Esta fonte é o único monumento romano
de "Bracara Augusta" que resistiu intacto até aos nossos
dias sendo de extrema importância pelas informações que fornece sobre o culto
de deuses indígenas na época romana.
Segundo Eduardo Amarante:
(...) é um monumento talhado na rocha. Caracteriza-se por
ser uma fonte de origem pré-romana com funções de santuário rupestre. o
arqueólogo J. Leite de Vasconcelos considerou tratar-se aqui de um local de
oferendas ao deus lusitano Tongenabiago. Na área envolvente da Fonte do
Ídolo, onde foi encontrado o único altar conhecido, Nabia, divindade
feminina das águas, montanhas e florestas (e uma das divindades indígenas mais
honradas em território nacional), parece ter tido aí o seu local de culto.
Classificado como Monumento Nacional desde 6 de junho de
1910, consiste numa fonte de água com inscrições e figuras esculpidas em
granito.
Segundo uma inscrição no próprio monumento com o nome Célico
Fronto, natural de Arcóbriga - designação de uma povoação céltica,
na zona do Alentejo ou a sul do Tejo, como era considerada - que terá sido quem
mandou erigir o monumento. Perto dessa inscrição encontra-se uma figura vestida
com uma toga representando talvez o dedicante do monumento.
Ao lado, sobre a fonte d'água, encontra-se outra figura
esculpida: um busto, erodido, dentro de um nicho de perfil clássico com uma
figura de uma pomba no frontão. Perto dessa figura existe também outra
inscrição com o nome do dedicante e o nome da divindade "Tongoenabiagus",
que provavelmente é representada pela figura do nicho.
Perto da fonte foram também descobertos vestígios
arquitetónicos que indicam que o santuário pode ter sido parte de um templo.
** O texto que se encontra em itálico não sofreu alterações.
O restante texto foi
retirado e adotado da Wikipédia.