domingo, 12 de janeiro de 2014

Tropeções que se nos oferecem nestas coisas da Língua Portuguesa




tropecei "nisto"


mais precisamente no anúncio relativo à estreia do filme de 5ª feira, dia 9 deste mês.

"extender"... bom, fui à procura da existência deste vocábulo, ciente de que nada sei e antes que a esperteza saloia me traísse...

encontrei uma explicação aqui


que, de certo modo me convenceu pois dando indicações e pormenores quanto à origem da palavras "extensão", não definia o que se passaria com o tal "extender" enquanto verbo.

nova pesquisa preguiçosa e encontro que "extender", enquanto verbo, não existe.

decidida, levantei-me: dicionário de verbos portugueses, Houaiss e Dicionário Etimológico... Nada! Não existe. Mesmo.

e agora, armada, e como costumo dizer cá em casa e nas aulas...

Posso ralhar?

- e a não ser que me deem uma explicação plausível, lógica quanto ao que me fez tropeçar -

nunca hei de compreender esta tendência relaxada para não cuidarmos do património Nacional que é a nossa Língua. faz-se tudo de qualquer maneira e também porque o exemplo vem de cima... não há cuidado no modo como se fala, como se diz, no atropelo contínuo na língua de grandes e pequenos, de menos celebridade, mais celebridade.

veja-se a exemplo a pobre da palavra legislatura... trocam-lhe o [t] pelo [d], comem- -lhe sílabas, o impensável.

no entanto, não sendo a única vítima oral da rapidez e da ineficiência linguística, tudo muda de figura quando se trata do registo escrito.

a palavra escrita lê-se/vê-se/memoriza-se - com um pouco mais de atenção, não seria possível corrigir o que não está correto?

a palavra escrita fica, prevalece, memoriza-se - se cair em mãos erradas, desconhecedoras da forma correta, a falha, eufemisticamente, a gralha, poderá tornar-se um erro vulgar, propagar-se-á...

e então, 
para quando o gosto pela qualidade, pelo primor, ... para quando o brio no que se faz, no que se tem, no que se é.

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