quinta-feira, 3 de julho de 2014

O CONTO - NOÇÕES COMPLEMENTARES

 
 

CONTO

 

Noções complementares

 
Estrutura do Conto
 

Os contos populares, as lendas, as fábulas ou as histórias míticas são narrativas que possuem unidade no desenvolvimento do conflito dramático e que se caracterizam por serem curtas, concentradas numa só situação e com poucas personagens (uma personagem ou um grupo restrito). Há uma situação inicial que é perturbada por um determinado acontecimento, criando-se um desequilíbrio que é preciso restabelecer para que volte a ordem. De acordo com Vanoye, os contos obedecem a esquemas convencionais:

 

ordem existente – ordem perturbada – ordem restabelecida

 
e as personagens são:
 
-          vítima (objeto de perturbação);
-          vilão (sujeito de perturbação);
-          herói (sujeito do restabelecimento da ordem);
-          adjuvantes (personagens secundárias que ajudam o herói);
-          oponentes (personagens secundárias que ajudam o vilão ou fazem oposição ao herói).
 
O Tempo e o Espaço
 
A fórmula “era uma vez”, que inicia os contos europeus, não só ajuda um conto fantástico a atingir credibilidade, removendo-o de épocas e lugares familiares, como salienta também a universalidade dos temas presentes; os conflitos não são locais mas de todos os tempos e para todos os lugares. Se as personagens centrais vivem “felizes para sempre”, é porque se desenvolveram como seres humanos, num grau tal que merecem a felicidade que recebem.
 
M.E. Traça (op. cit.)
 
 
 

Temas/Motivos/Símbolos

 
Os contos populares integram a fantasia no fenómeno literário. (...)
Os sentimentos de amor, de amizade, de saudade ou de esperança, o sofrimento, o trabalho, a vida e a morte podem ser mais facilmente apreendidos pela criança através dos contos populares. (...)
No conto tradicional, muitos dos elementos são retirados da observação direta (e pormenorizada) dos homens, da vida, das paixões ou dos costumes e a moralidade que deles podemos extrair advém, normalmente, dos atos a que assistimos.
Os temas são variados: a mulher (a teimosa, a preguiçosa, a desmazelada, a gulosa, a infiel...); a viúva e o seu comportamento logo após a morte do marido (representando a alegria da libertação de uma vida dependente, marcada com frequência por maus tratos e por privações de toda a espécie); a infidelidade (por vezes, também a fidelidade exemplar é tema); a comida (os mais variados alimentos, em diferentes situações, envolvendo as personagens mais diversas); o engano (de que nem os mais espertos escapam...); o homem dominado pela esposa; a crítica aos médicos e à sua incompetência; o comportamento dos frades, dos padres, das beatas...; os animais (fonte inesgotável de aventuras...); a superstição, a feitiçaria, a magia...; a crença no destino...

 

quarta-feira, 2 de julho de 2014

ALGUM RIGOR, POR FAVOR!

 
 
Passou hoje em nota de rodapé, num noticiário de um canal português,que a manifestação X acabou com a detenção de n manifestantes.
 
Acontece que acabar com significa por fim a algo, destruir que, no contexto, não me parece ser a intenção da pequena nota.
 
 
Diga-se antes acabar em, ou no caso, acabar na detenção de indicando, deste modo, o desenlace da referida manifestação.
 
Algum rigor, precisa-se!