sábado, 19 de março de 2016

EÇA DE QUEIRÓS, SÉCULO XIX, TEATRO S. CARLOS






Lisboa. Teatro de S. Carlos (vista exterior) - último quartel do séc. XIX
Vista exterior do Real Theatro de S. Carlos em 1893
Gravura, Cazellas, 1893
in O Ocidente, vol. 23, 1900, p.216



- Podiam ir a S. Carlos, que acaba mais tarde... É o «Fausto»... podiam ir ver o «Fausto»...
- Podíamos ir ver o «Fausto» - repetiu Luísa suspirando.

O Primo Basílio
, 1878





quinta-feira, 17 de março de 2016

EÇA DE QUEIRÓS, SÉC. XIX EM IMAGENS, MOMENTOS DA HISTÓRIA (1)




Lisboa. Entrada do Passeio Público do Rossio meados do séc. XIX
Passeio Publico do Rocio
Litografia, S., ca 1850
BN E. 1689 P.





Àquela hora D. Felicidade e Luísa chegavam ao Passeio.


O Primo Basílio, 1878







Lisboa. Lago superior do jardim de S. Pedro de Alcântara - último quartel do séc. XIX
Passeios publicos de Lisboa. O passeio de S. Pedro de Alcantara
Gravura seg. fotografia, Hildibrand, 1884
BN J. PP. 4807 A.





Tinham entrado em S. Pedro de Alcântara; um ar doce circulava entre as árvores mais verdes; o chão compacto, sem pó, tinha ainda uma ligeira humidade; e apesar do sol vivo, o céu azul parecia leve e muito remoto
O Primo Basílio
, 1878








domingo, 13 de março de 2016

CAFÉ NICOLA... DESTA MINHA LISBOA






Café Nicola



Desde há muito o Café Nicola tornou-se não apenas um símbolo do Rossio como da própria Lisboa das Tertúlias. Este foi o café preferido de Bocage. Hoje, reabilitado, continua a encantar com o seu charme de outras épocas.
No século XVIII, um italiano de nome Nicola inaugura no Rossio um dos primeiros cafés de Lisboa, o “Botequim do Nicola”. Cedo, o estabelecimento começa a ser frequentado por escritores, artistas, políticos. Alguns frequentavam o café com tanta assiduidade que fizeram dele a sua própria casa, como foi o caso de Manuel Maria Barbosa du Bocage.
Mas o café que nasceu com a baixa pombalina e que se tornou célebre no tempo de D. Maria I, acabou por fechar. Pela mesma morada passaram outros estabelecimentos comerciais. Só em 1928, Joaquim Fonseca Albuquerque o adquire por trespasse, comprando também os armazéns que o separam da rua 1º de Dezembro, e recupera a casa a que chamou “Café Nicola”, o sítio onde o poeta ia tomar café.




No dia 2 de Outubro de 1929 é inaugurado com toda a pompa o Café Nicola. Desde a fachada exterior da autoria do arquiteto Norte Júnior, distinguido com vários prémios Valmor, até à baixela em prata, nenhum pormenor foi descuidado. No interior, a talha de madeira, os ferros forjados e muitos lustres compunham a decoração. Uma escultura de Marcelino de Almeida que evocava Bocage surpreendeu todos os que acorreram ao renascido café. O poeta era também a personagem principal das telas do pintor Fernando Santos que adornavam as paredes do estabelecimento.
Primando pela qualidade, a família Albuquerque quis marcar a diferença ao criar o seu próprio café. Os cafés vendidos eram selecionados pelo proprietário e torrados em empresas especializadas, passando a ser comercializado e tornando-se Nicola uma marca.





sábado, 12 de março de 2016

LOCAIS A VISITAR EM LISBOA - A CASA DO ALENTEJO ÀS PORTAS DE SANTO ANTÃO




Casa do Alentejo – Rua das Portas de Santo Antão, 58



Mais uma vez os dedos desfolharam artigos antigos, amarelos, de fonte e data obscura. Neste caso, o artigo saiu na revista ilustrada do jornal A Capital, numa data desconhecida. O artigo é de Manuela Costa o qual irei adaptar e complementar com algumas informações dos sites encontrados na Net.





Escadaria da entrada principal





Antigo Palácio Pais do Amaral – família proprietária, a Paes do Amaral, Viscondes de Alverca (¹) ; Palácio de S. Luís – designação que se deveu ao facto de se situar em frente de uma igreja com esse nome; antiga residência dos condes de Alverca  (¹)  e hoje Casa do Alentejo, este edifício encontra-se situado bem no centro da cidade e é um local cuja visita é obrigatória ou não fosse uma construção cuja beleza ganha naturalmente a classificação de Arte para quem o visita e se deslumbra.

(¹) – encontrei as duas informações, semelhantes e diferentes, que aqui deixo. :)









Salão Árabe








Habitado pelos seus proprietários até 1910, foi abandonado por estes por altura da implantação da República. Na verdade, tal como grande parte dos representantes das casas nobres portuguesas, também a de Alverca saiu do país, rumando a Espanha.

Despovoado durante bastante tempo, as suas instalações deram lugar a uma estância de madeiras. No ano de 1917 instala-se aí  o Casino Magestic Club após obras de remodelação e uma vez que a destruição de certas partes da sua arquitetura, nomeadamente a entrada principal e o andar térreo onde se instalaram várias casas comerciais, o tinham descaracterizado.

“A entrada então possível era a lateral, situada junto às escadinhas de S. Luís, porta essa indigna de um casino por ser a de ingresso ao pátio das cocheiras.”

Foi, pois, necessário criar uma nova porta principal na Rua das Portas de Santo Antão. Sob a responsabilidade do arquiteto Silva Júnior, a nova porta passou a ter acesso direto ao pátio e ao interior do palácio.
“Embora destoando do estilo original, a obra realizada pelo arquiteto é de grande beleza. A porta principal, bastante modesta, foi a única possível face à exiguidade de espaço disponível. No entanto, o maravilhoso pátio árabe coberto, em que a mão do artista transformou o antigo pátio das cocheiras, compensa amplamente a pobreza da entrada. Terminadas as obras, nele se instala o Casino Magestic Club.”

Infelizmente, esta época de ouro do Casino não resiste ao assassinato de Sidónio Pais, uma vez que foi dele que partiu a conspiração que viria a vitimar o estadista e que conduziu ao seu encerramento.

É reaberto anos mais tarde como Monumental Club de Lisboa.

Em 1932 o palácio é alugado pelos proprietários a um grupo de alentejanos que pretendia instalar ali a Casa do Alentejo.

No ano de 1981 a direção da Casa do Alentejo resolve, com um enorme esforço financeiro, adquirir o palácio aos herdeiros dos Condes de Alverca. Objetivo: transformar o espaço num museu ativo, para portugueses e estrangeiros.




Material não lhes falta…



A sua biblioteca possui 10 000 volumes, alguns deles exemplares raros, outros únicos. Os azulejos que cobrem grande parte das salas e os vitrais da escada que conduz ao pátio árabe são do século XVIII. Outros, os que cobrem a sala de jogos, têm como tema motivos regionais de norte a sul e são da autoria de Jorge Colaço. Um pátio descoberto do palácio apresenta orgulhosamente restos da muralha fernandina. O pátio árabe foi restaurado por uma empresa cinematográfica americana que assim pagou a cedência do espaço para filmagens. De referir ainda a existência de um salão de espelhos, decorado com frescos e talha dourada.




Hall do 2º andar




Restaurante


a consultar:


http://www.prof2000.pt/users/avcultur/luisjordao/cadernalentejo/caderno01/page040.htm