domingo, 13 de março de 2016

CAFÉ NICOLA... DESTA MINHA LISBOA






Café Nicola



Desde há muito o Café Nicola tornou-se não apenas um símbolo do Rossio como da própria Lisboa das Tertúlias. Este foi o café preferido de Bocage. Hoje, reabilitado, continua a encantar com o seu charme de outras épocas.
No século XVIII, um italiano de nome Nicola inaugura no Rossio um dos primeiros cafés de Lisboa, o “Botequim do Nicola”. Cedo, o estabelecimento começa a ser frequentado por escritores, artistas, políticos. Alguns frequentavam o café com tanta assiduidade que fizeram dele a sua própria casa, como foi o caso de Manuel Maria Barbosa du Bocage.
Mas o café que nasceu com a baixa pombalina e que se tornou célebre no tempo de D. Maria I, acabou por fechar. Pela mesma morada passaram outros estabelecimentos comerciais. Só em 1928, Joaquim Fonseca Albuquerque o adquire por trespasse, comprando também os armazéns que o separam da rua 1º de Dezembro, e recupera a casa a que chamou “Café Nicola”, o sítio onde o poeta ia tomar café.




No dia 2 de Outubro de 1929 é inaugurado com toda a pompa o Café Nicola. Desde a fachada exterior da autoria do arquiteto Norte Júnior, distinguido com vários prémios Valmor, até à baixela em prata, nenhum pormenor foi descuidado. No interior, a talha de madeira, os ferros forjados e muitos lustres compunham a decoração. Uma escultura de Marcelino de Almeida que evocava Bocage surpreendeu todos os que acorreram ao renascido café. O poeta era também a personagem principal das telas do pintor Fernando Santos que adornavam as paredes do estabelecimento.
Primando pela qualidade, a família Albuquerque quis marcar a diferença ao criar o seu próprio café. Os cafés vendidos eram selecionados pelo proprietário e torrados em empresas especializadas, passando a ser comercializado e tornando-se Nicola uma marca.





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