sábado, 31 de março de 2012

FHL - PERSONAGENS ... Manuel, D. Miguel Forjaz, Principal Sousa e Beresford


PERSONAGENS: Manuel
            Manuel é um elemento do Povo que, consciente da situação em que vive, se sente impotente para sair dela. Simboliza a desilusão e a frustração do Povo português.

PERSONAGENS: D. Miguel Forjaz
            Revela um carácter calculista, prepotente, tirano que se opõe ao progresso por razões pessoais. É primo de Gomes Freire e Governador do Reino; falso e hipócrita, condena o General sem possuir provas.

PERSONAGENS: Principal Sousa
            Atormenta-o o número crescente de pessoas que aprendem a ler pois acredita que a ignorância do Povo facilita a sua moldagem. As ideias de França preocupam-no, revolucionárias, pois colocam em causa o poder eclesiástico.

PERSONAGENS: Beresford
            Representa o domínio do exército inglês em Portugal e preocupa-se em denunciar e castigar os traidores. É autoritário e detém grande poder; é irónico quando se refere a Portugal, país que despreza: ver fala que se inicia em “Como a vida num país pequeno acaba por atrofiar… que farei tudo o que for necessário para os continuar a receber!”
            No seu diálogo com o Principal Sousa, Beresford sente-se superior relativamente a Portugal e àquilo que é português (por exemplo, quando se refere às paisagens inglesas no excerto indicado em cima).
            Ao longo de toda a ação, demonstra desprezo pelos seus companheiros governantes.

FHL - PERSONAGENS ... Vicente (Corvo e Morais Sarmento)


“FELIZMENTE HÁ LUAR!”

PERSONAGENS: Vicente (e os informadores Corvo e Morais Sarmento)

            Vicente representa os denunciantes que não hesitam em recorrer à traição para ascender socialmente.
            As razões que apresenta para as suas opções revelam-no o popular mais consciente da situação miserável em que vive o Povo.
            ** O Povo é uma personagem coletiva, abstrata e constitui o pano de fundo da ação dramática. O Povo é vítima do regime opressor e absolutista, é a classe explorada que vive na ignorância, na miséria e na desilusão. Vicente caracteriza-o muito bem quando, no Ato I, afirma na fala que se inicia em “Tu, José … Tens sete filhos com fome … Disso podes estar certo…”; do mesmo modo, Manuel fá-lo na sua intervenção junto de Matilde (Ato II).

sexta-feira, 30 de março de 2012

ACORDO ORTOGRÁFICO - Acentuação Gráfica


Acentuação gráfica

1. Supressão de acento:

O acento circunflexo (^) em alguns verbos, no presente do indicativo ou do conjuntivo:

como se escrevia - o que mudou

mas...

crêem        creem
dêem        deem
descrêem        descreem
lêem        leem
vêem        veem
 
Os verbos ter e vir e seus derivados, mantêm o acento circunflexo na terceira pessoa do plural:

têm
vêm
contêm
obtêm

 

FELIZMENTE HÁ LUAR - APONTAMENTOS

SOBRE O TÍTULO…

            A existência de uma exclamação e de um advérbio, Felizmente! aponta para o triunfo dos bons, para a veracidades dos factos, baseados na história (Raul Brandão baseou-se em factos históricos “Vida e Morte de Gomes Freire”).
            O título surge no final, na boca de Matilde vindo assim, criar no texto lido uma circularidade simbólica. O mundo, a vida são constituídos pelo Bom e pelo Mau e este só é vencido pela coragem e pela esperança dos grandes caracteres     ð  revela uma atitude de não conformismo / inconformismo.

TEXTOS  NO TEXTO…
            É possível detetar a existência de dois textos paralelos:
            1 – constituído pelas falas das personagens;
            2 – constituído pelas didascálias.
            No caso de Felizmente Há Luar!  encontramos didascálias que fornecem informações ao leitor relativamente à movimentação dos atores em cena ou ao tom de voz por eles utilizado, de forma a que este conheça melhor as personagens. Estas informações obrigam igualmente o encenador e o diretor de atores a respeitarem o texto.
            Para além destas didascálias surgem outras na obra em causa, mais subjetivas, e que são essencialmente descritivas e explicativas. Através delas, ficamos a conhecer a perspetiva do autor e levam-nos a refletir sobre o que está a decorrer no palco.
  

quinta-feira, 29 de março de 2012

ACORDO ORTOGRÁFICO 2 - sobre o desaparecimento das consoantes não pronunciadas

como se escrevia - o que mudou

mas...

ct
 
acto        ato
actor        ator
activo        ativo
adjectivo        adjetivo
colectivo        coletivo
exacto        exato
lectivo        letivo
 

  a letra C escreve-se quando é pronunciada

bactéria
facto
contacto
estupefacto
intelectual
 
 

adopção        adoção
concepção        conceção
decepção        deceção
intercepção        interceção
recepção        receção


a letra P escreve-se quando é pronunciada
 
erupção
interrupção
opção
 
pc

decepcionante        dececionante
excepcional        excecional
recepcionista        rececionista
 
 
a letra P escreve-se quando é pronunciada

egípcio
núpcias
opcional

pt

adoptar        adotar
baptizar        batizar
Egipto        Egito
optimismo        otimismo
óptimo        ótimo
  
a letra P escreve-se quando é pronunciada

abrupto
adepto
corrupto
réptil

ACORDO ORTOGRÁFICO 1 - sobre o desaparecimento das consoantes não pronunciadas



As consoantes c e p não se escrevem nas palavras em que não são pronunciadas.


como se escrevia - o que mudou

mas...

cc

accionar        acionar       
confeccionar        confecionar       
coleccionador        colecionador       
fraccionar        fracionar      
 
a letra C escreve-se quando é pronunciada

friccionar
ficcional



acção        ação
colecção        coleção
contracção        contração
direcção        direção





a letra C escreve-se quando é pronunciada

convicção
dicção
ficção


sábado, 24 de março de 2012

FELIZMENTE HÁ LUAR - Introdução ao Estudo II


FELIZMENTE HÁ LUAR!
                No entanto, o que é importante nesta peça não é a reconstituição histórica dos acontecimentos ocorridos em 1817. Estes constituem uma metáfora do que acontece em Portugal no momento da escrita porque entre os dois tempos há uma relação de analogia:
v  O regime autoritário
v  A ignorância e a miséria do povo
v  A delação
v  A hipocrisia do clero
v  As prisões arbitrárias
v  Os julgamentos sumários
v  As execuções imediatas
v  O assassínio de políticos incómodos
Portugal vive uma época conturbada, com a guerra colonial em Angola no seu início (1961) e a existência de contestações internas (greves, movimentações de estudantes, guerrilhas no seio do próprio poder, vozes apoiantes de eleições livres e democráticas). Existe, podemos concluir, um desagrado geral em termos políticos, económicos e sociais.
As razões que justificam um tal descontentamento devem-se ao facto de se viver sob o regime ditatorial de Salazar e a uma crescente desigualdade entre ricos e pobres: o povo vivia reprimido e explorado, a miséria aumentava, o medo e o analfabetismo; vivia-se no obscurantismo, a PIDE perseguia os suspeitos, os “bufos” viviam disfarçados, espalhando o medo e a insegurança e a censura cortava tudo o que se provava ser contra o governo; repressão e tortura eram medidas recorrentes, condenando-se até sem provas.
        Luís de Sttau Monteiro evoca situações e personagens do passado como pretexto para falar do presente, artificio utilizado pelo dramaturgo para poder criticar a sociedade do seu tempo.

Português B
Dossier Exame 12º
Ed. Asa
 (adap.)

terça-feira, 13 de março de 2012

FACTO OU FATO?


é minha intenção ir colocando por aqui umas coisinhas relacionadas com estas questões do acordo ortográfico. adianto-me a essa intenção mais alargada uma vez que me foi colocada de novo a dúvida:

na palavra facto, o c fica ou cai?

como as certezas erradas são muitas, aqui fica o esclarecimento:

- a palavra facto é considerada um dos casos de dupla grafia e, como tal, deve manter-se ou omitir-se o c consoante o mesmo se pronuncie ou não.
em Portugal pronuncia-se, logo mantém-se.

nesta situação considerem-se ainda os seguintes casos:

- infecioso e infeccioso
- dição e dicção
- setor e sector