FELIZMENTE HÁ LUAR!
No entanto, o que é importante nesta peça não é a reconstituição histórica dos acontecimentos ocorridos em 1817. Estes constituem uma metáfora do que acontece em Portugal no momento da escrita porque entre os dois tempos há uma relação de analogia:
v O regime autoritário
v A ignorância e a miséria do povo
v A delação
v A hipocrisia do clero
v As prisões arbitrárias
v Os julgamentos sumários
v As execuções imediatas
v O assassínio de políticos incómodos
Portugal vive uma época conturbada, com a guerra colonial em Angola no seu início (1961) e a existência de contestações internas (greves, movimentações de estudantes, guerrilhas no seio do próprio poder, vozes apoiantes de eleições livres e democráticas). Existe, podemos concluir, um desagrado geral em termos políticos, económicos e sociais.
As razões que justificam um tal descontentamento devem-se ao facto de se viver sob o regime ditatorial de Salazar e a uma crescente desigualdade entre ricos e pobres: o povo vivia reprimido e explorado, a miséria aumentava, o medo e o analfabetismo; vivia-se no obscurantismo, a PIDE perseguia os suspeitos, os “bufos” viviam disfarçados, espalhando o medo e a insegurança e a censura cortava tudo o que se provava ser contra o governo; repressão e tortura eram medidas recorrentes, condenando-se até sem provas.
Luís de Sttau Monteiro evoca situações e personagens do passado como pretexto para falar do presente, artificio utilizado pelo dramaturgo para poder criticar a sociedade do seu tempo.
Português B
Dossier Exame 12º
Ed. Asa
(adap.)
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