terça-feira, 14 de novembro de 2017

FERNANDO PESSOA: ISMOS EM "ORPHEU" [2]



PAÚLISMO 

- directa ultrapassagem de "A Àguia"
- raízes no simbolismo mais decadentista
- influência difusa dos nossos líricos e contistas

INTERSECCIONISMO

- ajustamento a uma diferente exploração psíquica
- aproximação à liberdade futurista  e ao orfismo de Delaunay

SIMULTANEÍSMO

- tradução de uma visão essencialmente plástica
- sugestão da técnica de continuidade de James Joyce

FUTURISMO

- profissão de fé aos manifestos futuristas

SIMBOLISMO

- persistência quase pura ou contaminada de classicismo, da poética simbolista

DECADENTISMO

- quase sempre confundido na estética paúlica
- emprego de verso ou de prosa

SENSACIONISMO

- classificação genérica que incluía toda e qualquer tonalidade órfica



O Futurismo aparece em Portugal como um escândalo sociológico pois assim foi programado. Representa a rejeição do absoletismo da vida portuguesa do momento.

EXALTA:

- o uso exagerado dos pontos de exclamação
- o uso de maiúsculas e a composição gráfica com vários tipos e tamanhos
- o tom altissonante
- o uso substantivo da pontuação


O Futuro Futurista  em Portugal é mais um futuro-desejo do que um futuro-modelo de desenvolvimento. Este facto lança os jovens poetas nos braços do mito - do mito da Pátria e do mito da raça (o Ultimatum de Almada Negreiros é um bom exemplo disso).
Há, por isso, um desejo de progresso, um desejo de Europa, um desejo de identidade do homem e do poeta consigo próprio.

Existe uma contradição que é comum a todos os Futurismos e Vanguardas: a contradição entre o que se deseja fazer e os meios de que se dispõe (entre o programa e o código).
O problema que se coloca reside no assumir de uma tradição que se apresenta como uma continuidade histórica que urge interromper para que o NOVO surja.



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