quinta-feira, 11 de maio de 2017

"OS MAIAS": ROMANCE REALISTA E NATURALISTA


* aspetos que podemos encontrar na obra e que seguem uma perspetiva realista:

1 - preocupação de observar em pormenor a realidade;

2 - criticar a alta sociedade portuguesa da metade do século XIX;

3 - gosto pelo tratamento de temas chocantes como a prostituição, o adultério e o incesto;

4 - relegar para segundo plano o  narrador, na medida do possível, dando primazia ao ponto de vista das personagens;

5 - utilização do discurso indireto livre e do monólogo interior;

6 - aceitação de uma linguagem viva, coloquial, próxima da  linguagem falada.


* aspetos que podemos encontrar na obra e que seguem uma perspetiva naturalista:

1 - recusa de valores espirituais;

2 - preocupação em mostrar que a educação de Pedro da Maia e o fator hereditário (dos Runas) lhe condicionaram o futuro e foram responsáveis pelo seu suicídio; 

3 - na construção do Eusébio, vítima do meio onde nasceu e da educação que lhe foi dada;

4 - defesa da tese de que uma rapariga, desorientada pela leitura de novelas românticas, está condenada ao fracasso na sua vida afetiva e familiar (veja-se Maria Monforte, uma personagem dominada pelo luxo e pela ostentação, sem uma ocupação séria que lhe preencha a vida, fica à deriva, entrega-se aos prazeres e ao adultério).


A caraterização de Pedro da Maia é tipicamente naturalista. No Naturalismo, o narrador caracteriza as suas personagens, tomando por base os dados que lhe são fornecidos pela hereditariedade, pela educação, pelas influências ambientais e a personagem é como que um produto dessas forças que determinam as suas atitudes e o seu comportamento.  
"Os Maias" em análise, Antologia comentada, José Ribeiro da Costa (adap.)



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