* aspetos que podemos encontrar na obra e que seguem uma perspetiva realista:
1 - preocupação de observar em pormenor a realidade;
2 - criticar a alta sociedade portuguesa da metade do século XIX;
3 - gosto pelo tratamento de temas chocantes como a prostituição, o adultério e o incesto;
4 - relegar para segundo plano o narrador, na medida do possível, dando primazia ao ponto de vista das personagens;
5 - utilização do discurso indireto livre e do monólogo interior;
6 - aceitação de uma linguagem viva, coloquial, próxima da linguagem falada.
* aspetos que podemos encontrar na obra e que seguem uma perspetiva naturalista:
1 - recusa de valores espirituais;
2 - preocupação em mostrar que a educação de Pedro da Maia e o fator hereditário (dos Runas) lhe condicionaram o futuro e foram responsáveis pelo seu suicídio;
3 - na construção do Eusébio, vítima do meio onde nasceu e da educação que lhe foi dada;
4 - defesa da tese de que uma rapariga, desorientada pela leitura de novelas românticas, está condenada ao fracasso na sua vida afetiva e familiar (veja-se Maria Monforte, uma personagem dominada pelo luxo e pela ostentação, sem uma ocupação séria que lhe preencha a vida, fica à deriva, entrega-se aos prazeres e ao adultério).
A caraterização de Pedro da Maia é tipicamente naturalista. No Naturalismo, o narrador caracteriza as suas personagens, tomando por base os dados que lhe são fornecidos pela hereditariedade, pela educação, pelas influências ambientais e a personagem é como que um produto dessas forças que determinam as suas atitudes e o seu comportamento.
"Os Maias" em análise, Antologia comentada, José Ribeiro da Costa (adap.)
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