quinta-feira, 11 de maio de 2017

"OS MAIAS": NA 1ª AULA, COM A OBRA À FRENTE


(Atenção: as páginas indicadas referem-se à minha edição que é dos "Livros do Brasil" e que, segundo reza na contracapa, está de acordo com a 1ª edição de 1888. Não sendo eu tão velha assim, posso informar que a mesma já tem mais de 30 anos... de uma época em que não era ainda obrigatória a indicação do ano de tiragem   :)   )



N' Os Maias podemos falar em crónica de três gerações:

            1ª – Afonso e das lutas liberais; apresenta-se como uma vítima do Portugal miguelista cujo representante é o seu pai, Caetano da Maia.
            - p. 13 – caracterização de Afonso na juventude; referência à Constituição de 1820-22
            - P. 15 – 1824 – Abrilada (levantamento miguelista)

            2ª – Pedro da Maia – representante do Romantismo; carácter mole, estimulado pelo espírito do romantismo; a educação católica e os mimos fazem-no “um fraco” e uma “natureza desequilibrada”. Tem duas paixões na vida: a mãe e Maria Monforte. Identifica-se com o ambiente Ultrarromântico do mundo em que vive e morre, com os seus impulsos de melancólico, febril e inconstante.

            3º - Carlos da Maia e o Portugal da Regeneração – é o período de Portugal que interessa verdadeiramente a Eça para retratar e criticar.

            A presença das outras duas gerações explica-se apenas pela necessidade de fazer entender o percurso do próprio Carlos.

              E criticar o quê, através de quem?
           
            SER vs PARECER

            Figurantes:

            Alencar – Ultrarromantismo; Cohen – finança, poder económico; Craft – fleuma britânica, educação britânica; Gouvarinho – poder político; Cruges – talento artístico; Dâmaso – representativo de todos os males e vícios da sociedade portuguesa, ócio e parasitismo; Palma “Cavalão” e o Neves – jornalismo; Eusébio – educação à portuguesa ou tradicional; Sousa Neto – administração pública; Ega - Realismo/Naturalismo; Condessa de Gouvarinho - Adultério e futilidade.


            Carlos, enquanto personagem da ação principal, é o membro típico de uma sociedade à deriva: o Portugal do séc. XIX, o Portugal Romântico.
            (De acordo com Os Maias, o Romantismo, enquanto forma de sensibilidade e estilo de vida, prolonga-se pelo último quartel do séc. XIX.)
           
            No episódio Jantar do Hotel Central, Carlos contacta pela primeira vez com a sociedade de elite, a crítica literária e a literatura, a situação financeira do país e a mentalidade limitada e retrógrada = personagens-tipo.



E onde representam todas estas personagens?


Pelos vários "episódios" - Sarau no Teatro da Trindade; Jantar do Hotel Central; Redação do Jornal "A Tarde"; Corridas de cavalos; Jantar em Casa dos Gouvarinho.



Época: Regeneração (crise social, política, económica, cultural e moral) por oposição "Geração de 70.

Sociedade: alta burguesia lisboeta (dandismo, diletantismo, ociosidade, corrupção...)

Literatura: Ultrarromantismo por oposição ao Realismo / Naturalismo.

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