O TEMPO SIMBÓLICO
De referir o valor
simbólico que a 6ª feira assume na obra: o primeiro e segundo atos ocorrem a
uma sexta-feira uma vez que os separam oito dias, a 4 de Agosto, o Ato I e o
segundo, na fala de Maria, Cena I, “Há
oito dias que aqui estamos nesta casa”.
Este dia está
conotado com a tragédia o que nos remete igualmente para a crença popular na
desdita da sexta-feira 13. É, pois, compreensível que os principais
acontecimentos desta obra aconteçam a uma sexta-feira e, naturalmente,
conotados com a ideia de tragédia:
1 – dia do primeiro
casamento de D. Madalena.
2 – D. Madalena vê
Manuel de Sousa pela primeira vez, apaixonando-se imediatamente por ele, apesar
de ser casada com D. João de Portugal.
3 – batalha de
Alcácer Quibir (4 de Agosto de 1578), desaparecimento de D.
João de Portugal e de D. Sebastião.
4
– D. Manuel de Sousa Coutinho incendeia a sua casa, motivando a mudança da
família para o palácio de D. João.
5
– regresso de D. João, na figura do Romeiro.
Igualmente
importante é a simbologia trágica atribuída ao número e aos seus múltiplos:
1
– D. Madalena procura saber notícias do seu primeiro marido durante sete anos,
após os quais casa com D. Manuel de Sousa Coutinho.
2
– o casamento de D. Madalena e de D. Manuel de Sousa durava havia catorze anos
(duas vezes sete).
3
– D. João regressa a casa vinte e um anos após a batalha de Alcácer Quibir
(três vezes sete).
O
número sete corresponde ao número de dias que perfaz uma semana, conclusão de
um ciclo que, no caso da obra, corresponde ao final da vida do casal e,
consequentemente, a uma situação trágica.
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