quinta-feira, 11 de maio de 2017

"OS MAIAS": O SIMBOLISMO / ELEMENTOS SIMBÓLICOS - 3ª PARTE




“Maria Eduarda, Carlos Eduardo... Havia uma similitude nos seus nomes. Quem sabe se não pressagiava a concordância dos seus destinos!” Pressagiava de facto, mas de maneira trágica. Também a semelhança do nome das três figuras femininas centrais parece apontar para que todas elas sejam fatais, à sua maneira, para os homens da família Maia – Maria Eduarda Runa, Maria Monforte, Maria Eduarda – todas Maria e, a primeira e a última Maria Eduarda, concorda também nos seus próprios destinos, todas morreram, se bem que as duas primeiras fisicamente e a última psicologicamente.

ainda que salientar a similitude física entre Carlos e Maria Monforte, sugerida por Maria Eduarda, e a semelhança de carácter de Afonso e Maria Eduarda, sugerida por Carlos quando vê que Maria Eduarda é tão bondosa como o avô – Maria Eduarda pede--lhe para ir ver a irmã da sua engomadeira que tinha reumatismo, e o filho da Sr.ª Augusta, a velha do patamar, que estava tísico; Carlos cumpria estes encargos com o fervor de acções religiosas.

Afonso encontra sérias semelhanças entre seu filho, Pedro, e um tio da família Runa que endoideceu e se enforcou. Estas semelhanças agoiravam já o futuro de Pedro que, tal como o tio, se suicidou, mas este com um tiro na cabeça, morrendo alagado numa poça de sangue.

Maria Monforte estava lendo uma novela sugerida por Alencar, em que o herói era o último Stuart, o romanesco príncipe Carlos Eduardo, como estava fascinada por ele, quis dar esse nome a seu filho, pois parecia ser pleno de um destino de amores e façanhas. De facto, Maria Monforte estava certa, o incesto era o destino amoroso de Carlos que acabou por levar a que este fosse o último dos Maias. Contrariamente a Maria Monforte, Pedro queria chamar Afonso ao filho, mas acabou por aceder a Carlos Eduardo.


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