- Estética naturalista de Zola
- Prosa realista de Balzac e Flaubert :
Influenciaram Eça de Queirós
- Impressões captadas;
- Importância da cor, luz, objetividade e construções impessoais.
A
sua prosa procura adaptar-se ao ambiente social e à situação, tentando vitalizá-la
através de uma linguagem expressiva e sugestiva de novos sentidos.
Linguagem:
. pitoresco - estrangeirismos - vernaculidade
. pitoresco - estrangeirismos - vernaculidade
- para denunciar a pretensa cultura burguesa das personagens
- influência pessoal dos hábitos, costumes e modos de viver que foram os seus em Inglaterra e em França.
Oralidade – que não
só torna o estilo mais coloquial como cria uma certa familiaridade com o recetor
/ leitor.
A nível sintático
- frase flexível – recorrendo a uma organização nova e expressiva dos vocábulos.
- frases curtas – e a vírgula surge como elemento importante para a obtenção do ritmo e para a expressividade de certos grupos lógicos.
- orações – com verbos dinâmicos, utilizando-os para introduzir o diálogo.
A nível do estilo
- ironia – através da utilização de certos adjetivos insólitos ou repetidos em ordem inversa.
- verbos – de grande valor expressivo como “uivar” ou “rosnar”.
- neologismos – de diferentes categorias gramaticais.
- diminutivos – advérbio de modo – adjetivação expressiva dupla ou múltipla, sinestesias, hipálage, aliteração*, traduzindo sentimentos e sensações.aliteração* - “(…) Um rude trovão rolou, atroou, a noite negra.”
ADJETIVO
- uso constante da hipálage (transferência de sentido do adjetivo para um substantivo quando, na realidade, se deveria atribuir a outro), servindo-se de vários processos, como o de juntar adjetivos de índole psicológico a substantivos físicos e inanimados;
- Ex: “as tias, fazendo as suas meias sonolentas”
- uso do adjetivo com função de advérbio de modo;
- Ex: “e puxou-lhe uma fumaça furiosa”
- emprega quase sempre adjetivação dupla, algumas vezes tripla;
- “Movia o leque com um ar dolente e vago”
- a adjetivação dupla é utilizada por Eça para caracterizar objetos, exprimindo duas faces da realidade: objetiva / subjetiva – o que são e a impressão que causam no nosso espírito.
- ADVÉRBIO DE MODO
- - MENTE (é utilizado de vários modos e significados)1 – no princípio, no meio ou no fim da frase;
- Ex: “Afonso apoiava-o gravemente”2 – com ironia;
- Ex: “… a radiosa criatura estava caninamente enamorada”3 – na função de superlativação do adjetivo;
- Ex: “… Cambray arrisca uma palavra atrevidamente tímida”.
- caráter novo e mais expressivo “cabelos magnificamente negros”;
- o advérbio surge aos pares, sendo que o segundo apoia e intensifica o primeiro “sorri regeladamente, lividamente…”. Surgem no interior da frase, separados por vírgulas; pode surgir também a série tripla.Os diminutivos podem assumir três significados na Língua Portuguesa:
- pequenez; Ex: “Apesar de antigo, o meu carrito ainda rola bem”;
- carinho ou ternura; Ex: “Está-se fazendo tarde, Carlinhos.”;
- ironia, depreciação: Ex: “Eusebiozinho”; “as perninhas flácidas”.NEOLOGISMOS- gouvarinhar;- escrevinhador;- adulteriozinho;- excessozinho.CARACTERÍSTICAS DO DISCURSO INDIRETO LIVRENo plano formal:
- absoluta liberdade sintática do escritor;
- do discurso direto encontramos a expressividade coloquial através das interrogações e das exclamações, das reticências e expressões de apoio;
- do discurso indireto encontramos o uso da 3ª pessoa, o pretérito imperfeito, o pretérito mais-que-perfeito, o presente do condicional e ainda os pronomes, determinantes e advérbios que exprimem afastamento (esse, amanhã, etc…)No plano expressivo:
- o narrador aproxima-se da personagem, parece fundir-se com ela;
- o narrador evita as repetições dos “que(s)” e o emprego do verbo declarativo que substitui, muitas vezes, pelos dois pontos;
- a narrativa resulta mais fluente, com maior ritmo e artisticamente melhor elaborada;
- contribui para a expressividade dos monólogos interiores;
- o seu uso deve ser analisado num determinado contexto;
- a expressividade é maior se aparece articulada com os discursos direto e indireto.
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