quinta-feira, 11 de maio de 2017

CONTEXTUALIZAÇÃO ABREVIADA D"OS MAIAS"


OS MAIAS



Em jeito de contextualização…



            É possível contextualizar uma obra como Os Maias sem sair do romance lui-même, atentar nas informações que ele nos dá e que fazem e são história.
            A obra “é um fresco caricatural da sociedade portuguesa do século 19 em forma de crónica de costumes com características de novela”.
O título Os Maias refere-se à história desta família ao longo de três gerações:
- a primeira geração, com Caetano da Maia, assiste à decadência do absolutismo. Afonso da Maia, filho de Caetano da Maia, casa com Maria Eduarda Runa e vive a época das lutas liberais (liberalismo/absolutismo).
- a segunda geração, com Pedro da Maia, vive as crises do liberalismo. Pedro casa-se com Maria Monforte e têm dois filhos, Carlos da Maia e Maria Eduarda da Maia.
- a terceira geração, com Carlos da Maia,  assiste à decadência do liberalismo.

            O subtítulo, Episódios da Vida Romântica, dá-nos conta da verdadeira intenção de Eça ao caracterizar Os Maias como a representação da época do Romantismo. Assim, é seu objectivo com este romance:
- dar a sua visão crítica de uma época a qual se caracteriza por uma quase total isenção só possível, aliás, graças à sua limitada presença no País. Na sua qualidade de diplomata, o escritor olha do exterior, de forma impediosa, para esta sociedade ridícula e decadente, muito distante da civilização estrangeira que ele conhecia tão bem;
- apresentar a sociedade lisboeta (costumes, vícios, virtudes…) aqui representada por personagens que tipificam um grupo, uma profissão, um vício…;
- apresentar o meio social e político da sociedade lisboeta de grande parte do século 19, através de cenas e quadros: actividades sociais, culturais e desportivas, lúdicas...

*** a  este quadro não é estranha a presença do termo Vida Romântica que nos remete, aliás, para a ideia de um Portugal incapaz de fugir à sua essência.

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            Pedro e Carlos da Maia representam épocas históricas e políticas diferentes: o primeiro, a época do Romantismo, o segundo, a Geração de 70 e as Conferências do Casino; desta última esperava-se que fosse uma geração destinada ao sucesso.
            A prática provou, no entanto, que assim não seria, aspeto que o escritor evidenciou, aliás, com o episódio final: o fracasso da Geração dos Vencidos da Vida.
           



           

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