Ideias e excertos de um "Portugal Simbólico" de Eduardo Amarante, Capítulo V, O Quinto Império, página 183 e seguintes, da 2ª edição, 1995.
Refere o autor que o assunto "mito" é, dentro do conceito universal", algo que nos toca bem de perto dado um passado histórico e a pátria que é a nossa.
"O mito encarnou na História graças a um primeiro homem que sonhou" e que o mesmo continuou e possibilitou que um pequeno espaço de terra se tivesse transformado num Império graças aos que deram continuidade a esta ideia.
"Daí que uns homens inspiram-se noutros, e assim sucessivamente, até que chega um momento álgido em que nós, por uma perda de memória histórica, deixamos de sentir esta corrente invisível e logo cessamos de assegurar a continuidade no futuro, tal um elo quebrado de uma cadeia eterna. Daqui surge paulatinamente a perda de identidade e o progressivo abandono do sentimento de dignidade nacional."
[...]
"É evidente que hoje estamos a atravessar uma crise económica, social, educativa, enfim, estamos numa série de crises que nos acompanham, aliás, já desde o século XVI. Mas o que afeta verdadeiramente Portugal não é a crise económica, é a crise cultural como meio de identificação e também a crise moral e espiritual."
"Dissemos mais acima que o mito encarnou em D. Afonso Henriques, e encarnou porque ele soube sonhar Portugal e fazer viver aos seus compatriotas tempos de glória, tempos de expansão e tempos de grandeza. Mas, logo que este impulso se desvanece e que, por fraqueza interior, começamos a descuidar-nos da nossa história, afastamo-nos daquilo que o Conquistador sonhou. Sobre D. Afonso Henriques escreveu Fernando Pessoa:
Pai, foste cavaleiro.
Hoje a vigília é nossa.
Dá-nos o exemplo inteiro
E a tua inteira força!
Dá, contra a hora em que, errada,
Novos infiéis vençam,
A bênção como espada,
A espada como benção!
[...]
a continuar.
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"É evidente que hoje estamos a atravessar uma crise económica, social, educativa, enfim, estamos numa série de crises que nos acompanham, aliás, já desde o século XVI. Mas o que afeta verdadeiramente Portugal não é a crise económica, é a crise cultural como meio de identificação e também a crise moral e espiritual."
"Dissemos mais acima que o mito encarnou em D. Afonso Henriques, e encarnou porque ele soube sonhar Portugal e fazer viver aos seus compatriotas tempos de glória, tempos de expansão e tempos de grandeza. Mas, logo que este impulso se desvanece e que, por fraqueza interior, começamos a descuidar-nos da nossa história, afastamo-nos daquilo que o Conquistador sonhou. Sobre D. Afonso Henriques escreveu Fernando Pessoa:
Pai, foste cavaleiro.
Hoje a vigília é nossa.
Dá-nos o exemplo inteiro
E a tua inteira força!
Dá, contra a hora em que, errada,
Novos infiéis vençam,
A bênção como espada,
A espada como benção!
[...]
a continuar.
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