domingo, 21 de junho de 2015

PRIMEIRO MODERNISMO - Os "ismos" pessoanos (parte II)



(continuação)


v  1913 – Mário de Sá-Carneiro escreve o livro de poemas “Dispersão”;

v  1914 – Pessoa publica “Impressões do Crepúsculo” (ou “Paúis”) na revista “Renascença”. Conhece Almada Negreiros numa exposição deste. Forma-se o grupo da revista “Orpheu”;

v  1915 – são publicados os dois únicos números de “Orpheu” com o objetivo de escandalizar e irritar a burguesia. A revista soçobra antes da saída do terceiro número;

v  1916 – Sá-Carneiro suicida-se. O grupo de “Orpheu” dispersa-se e publica textos noutras revistas: “Centauro” e “Exílio” (1916), “Portugal Futurista” (1917), “Contemporânea” (1922-26) e “Athena” (1924-25).


DECADENTISMO – Ligeiramente posterior ao simbolismo, e com ele mantendo afinidades, expresso um cansaço pela civilização tradicional, considerando-a no seu final, sinal da mudança irreversível dos tempos. O decadentista associa tal ruína à crise moral e de valores; cultiva a “arte pela arte”, o tédio e busca sensações novas e intensas. Situa-se entre 1880 e 1920.

PAULISMO – Iniciado por Pessoa com “Impressões do Crepúsculo”, poema também conhecido por “Pauis”, é considerado como o pós-simbolismo. Defende a confusão do objetivo e do subjetivo, a estagnação, o tédio, o vazio de alma, a associação de ideias desconexas, expressas em frases sintaticamente sem lógica, o uso de maiúsculas em certas palavras, atribuindo-lhes significados transcendentes; o real não é visto como tal, sugerindo a interioridade do eu lírico.


FUTURISMO – Iniciado em 1906 pelo italiano Marinetti, defende o corte radical com a tradição literária e artística europeia: esquecer o passado e a ideia de construir o futuro; desprezar tudo o que é clássico, tradicional e estático; recusar o sentimentalismo; cultivar a liberdade, a velocidade, a violência, a máquina, a originalidade. Na poesia há verso livre, sem métrica, há liberdade de palavra, rejeita-se o ideal romântico mas explora-se a inquietação da alma, a insatisfação (ler “Ode Triunfal” de Álvaro de Campos).

INTERSECCIONISMO – Sobreposição ou cruzamento de realidades diferentes ou mesmo opostas, do eu interior e do mundo exterior, correspondendo à consciência de uma totalidade fragmentada (em “Chuva Oblíqua”, de Pessoa, cruzam-se o passado e o presente, a paisagem presente e a ausente, o real e o sonhado).

SENSACIONISMO – Avidez de sensações brutais, como a crueldade e a luxúria; identificação com tudo e todos (pessoas, objetos, mecanismos, espaços, tempos) de modo a "sentir tudo de todas as maneiras" simultaneamente, segundo Álvaro de Campos.
 

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