quinta-feira, 11 de abril de 2013

Memorial do Convento - O Tempo. A Crítica. O Espaço.





O Tempo. O Espaço. A Crítica.
A História e a Ficção.


TEMPO

  • Início da Narrativa = 1711


®    O rei casou em 1708  (diz-se que a rainha tinha chegado há mais de 2 anos).
®    O rei nasceu em 1689  (diz-se que tem 22 anos = 1711).

  •  As referências temporais são poucas mas as datas que existem, e que são importantes, permitem-nos seguir cronologicamente a acção, através de deduções.

  •  PROLEPSES – encontram-se integradas nas digressões mentais.

- conferem ao Narrador estatuto de omnisciente

- estão aliadas à ironia      
                                 Capítulos XV, XVII, XVIII

  •  1717 – data da bênção da primeira pedra do Convento. - Cap. XII.

  • 1725 – data em que foi estabelecido o contrato de casamento dos príncipes.- Cap. XXII


                     “o agora” – 1729     

  • 1730 – data da inauguração / sagração do Convento  (D. João V tem 41 anos) Cap. XXIV.

- desaparecimento de Baltasar  no dia em que todos vão assistir à Sagração do Convento; ele vai para Montejunto a fim de consertar a máquina que está lá escondida.   (Cap. XXIII)- verifica-se que a máquina funciona.
  •  A narrativa termina em 1739 – após os 9 anos em que Blimunda procura Baltasar.


          - encontra-o no Rossio a ser queimado com António José da Silva, o Judeu; temos, neste caso, mais uma indicação histórica verídica.

Conclusões:   Saramago diz que a História é ficção por isso, há um desprezo pelo tempo cronológico.


ESPAÇO (s)

  • Ilustra(m) o ambiente e os costumes da época.

  • Espaços físicos privilegiados ------  macro-espaços (Lx e Mafra)


       

            Lisboa  >  micro-espaços – T. Paço, Rossio, S. Sebast. Pedreira, Odivelas, Azeitão

         Mafra   >  micro-espaços – Alto da Vela, Pêro Pinheiro (pedra), Serra do Barregudo, Serra de Montejunto, T. Vedras.


  • Lisboa = espaço social – ilustra bem as injustiças sociais. A minoria tem tudo, o Povo nada tem.  Caps. III, (texto da procissão) VIII, XV


A CRÍTICA


  • O Memorial do Convento é um romance que se apresenta como uma crítica, cheia de ironia, ao que se passava no início do sec. XVIII.



   
- o romance critica:

       - opulência rei / nobreza           Cap. III / Cap. IV
                    Vs.
       - extrema miséria do povo

  •  Lisboa é um alvo privilegiado das críticas.     Cap.III


  • Sátira  encontra-se presente:

                                  > nos casos de adultério (corrupção de costumes)   Cap. III
                                  > nas classes altas = os frades levam as mulheres para as          
                                                 celas.   Cap. VIII
                  > o rei tem encontros com as freiras  (Madre Paula de
                                             Odivelas, por exemplo)   Cap. XIII

  • O romance denuncia os métodos utilizados pela Inquisição e a repressão exercida sobre o Povo.  Cap. V



                                                MAS

                    Também se critica o Povo que aplaude a queima   (= touradas)


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