terça-feira, 19 de janeiro de 2016

CESÁRIO VERDE (1855 - 1886)



PARNASIANISMO I

·      De origem francesa, poder-se-á dizer que o parnasianismo está para a poesia como o realismo está para a prosa, exceptuando o envolvimento social.
·      Surge como reação à carga sentimental e política de alguns poetas românticos e ao desleixo formal do versilibrismo; contrapõe o regresso às formas poéticas clássicas, como o soneto, tendo um desejo obsessivo de perfeição formal. A rima volta a ser essencial e desaconselham-se as liberdades poéticas por serem subjetivas e pessoais.
·      O parnasianismo defende a arte pela arte (é contra a arte “útil”, social), a impessoalidade (gosto pela descrição e narração) e a arte como reflexo da realidade observada. Fixa o real (quase fotograficamente), não o analisa nem o critica. A poesia adquire assim uma linguagem precisa, exata, um vocabulário “colorido”, imagens e descrições plásticas, próximas da pintura.
·      Cesário tanto observa como desrespeita estas regras, não sendo um verdadeiro parnasiano.


NOTA – No que se refere à objetividade e subjetividade em Cesário Verde:
há uma realidade objetiva que tem um significado subjetivo para o narrador.
A objetividade, ou captação da realidade, verifica-se textualmente, na presença de referências a tempo, espaço, personagens, cores, sons ou cheiros, por exemplo. Já a subjetividade verifica-se na presença de pensamentos do poeta, na sua visão subjetiva da realidade, nas marcas pessoais como pronomes pessoais e/ou possessivos, nos tempos verbais conjugados na 1ª pessoa, etc.
Com estas últimas características, Cesário Verde afasta-se do parnasianismo constituindo--as, assim, em marcas pessoais.

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