é sempre um misto de tristeza e de alegria que nos assalta no final de cada ciclo escolar, aquele momento em que nos despedimos dos alunos no 12º ano. por aqui, essa tarefa revela-se facilitada visto ser um concelho onde todos se conhecem e acompanham percursos de vida e mesmo eu, não sendo daqui, acabo por descobrir mais um irmão, um primo de alguém que perdi no tempo e que, vindo a ser meu aluno, já me conhecia antes de o ser. habituamo-nos.
por vezes, todo esse conhecimento vem à tona da pior forma, por razões que nos marcam, entristecem, que nos obrigam a questionarmo-nos sobre o destino e as prioridades que fazem bandeiras. eu sei que o bom senso prevalece, ainda assim...
tinha 23 anos. a última vez que o vi, há 2 ou 3 anos, estava de passagem pela escola para falar com um antigo professor. fazia parte de uma turma que juntaram a uma minha no 12º ano pelo que conheci-o nesse ano, tempo suficiente, no entanto, para poder dizer que era o melhor aluno da turma, respeitador, educado e detentor de outras qualidades que faziam dele um elemento promissor no futuro. estava a acabar o curso. quis o destino que ao volante de um Audi tivesse o encontro fatal com um autocarro que transportava adeptos de um clube polaco na noite de 24 de fevereiro. e porque por aqui tudo se sabe e rapidamente, soubemos nós que era ele quem conduzia o Audi e não um homem de 40 anos como era noticiado. triste de qualquer maneira, mais triste, desculpem-me, porque se tratava de um jovem em início de vida.
na circunstância, revoltante também.
"morrem cedo aqueles que os deuses amam" diz o Poeta.
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