O
título, O Ano da Morte de Ricardo Reis...
O
título do romance remete-nos para o tempo histórico ou da História, 1936, que
é, simultaneamente, o ano da morte de Ricardo Reis.
Ricardo
Reis chega a Lisboa em 30 de dezembro de 1935, um mês depois da morte de
Fernando Pessoa. Permanecerá 9 meses na cidade, findos os quais morrerá, indo
fazer companhia ao seu criador, Fernando Pessoa, no Cemitério dos Prazeres.
À
semelhança do que já acontece em outros romances de José Saramago, o discurso da
ação e o da História entrelaçam-se, confirmando o grande fascínio do século XX
pela História.
Assim,
estruturalmente, assistimos neste romance à recuperação de um tempo que
corresponde ao ano de 1936, de um poeta, Ricardo Reis, de uma obra, a pessoana,
sem esquecer a ficção e o futuro de Portugal, país envolvido numa série de
acontecimentos mundiais que conduzirão ao eclodir da Segunda Guerra Mundial.
Ricardo
Reis sente-se perdido numa Lisboa labiríntica, triste, suja e barulhenta dos
mercados, pobre e desconhecida para si e que contrasta vivamente com a Lisboa
dos cafés históricos e dos teatros restaurados, com o progresso representado por
uma burguesia rica e uma classe média remediada.
Uma cidade,
afinal, com a qual Ricardo Reis já não se identifica, passados que foram 16
anos de ausência no Brasil.
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