domingo, 24 de setembro de 2017

FOLHAS CAÍDAS - POESIA DE CONTRADIÇÕES E DE CONTRASTES





Uma perspetiva global da obra


Poesia amorosa plena de contradições e de contrastes:
[com indicação dos poemas]


• a mulher-anjo e mulher-demónio; o céu e o inferno; a salvação e a perdição; a vida e a morte; a alma e o corpo; a plenitude e o vazio; a ventura e a tristeza; a vida e a razão; o fascínio e a destruição; o anuir e o querer; ... - Este inferno de amar; Anjo és; Não te amo; Adens; Gozo e dor. Os cinco sentidos;
• Os efeitos contraditórios do amor — Este inferno de amar; Gozo e dor;
• O poeta idealista; o anseio do amor puro e ideal — Ignoto deo;
• O amor intenso irrelatado, real e autêntico; o amor-paixão; o amor sem convenções e sem limites; o amor vivido <• partilhado a dois (a utilização insistente dos vocábulos "rosa" e "luz", que remetem claramente para a inspiradora destes poemas) - Gozo e dor; Estes sítios; Anjo és;
• A sensualidade e o erotismo (a erotização, o delírio dos sentidos, o êxtase carnal) - Os cinco sentidos;
• A paixão absorvente e total, a dependência do EU ao TU, a intensidade do amor-paixão — Os cinco sentidos; Anjo és; Destino; Gozo e dor; Este inferno de amar;
• O ciúme (que implica a capacidade de aceitar o direito de escolha da mulher e o reconhecimento desse direito) — Adeus:
• O destino, a fatalidade (o sujeito cumpre o que está superiormente definido) - Destino; Seus olhos;
• O jogo da sedução; a atração fatal que conduz o homem à perdição - Barca bela; Anjo és;
• A recordação do momento do encontro fatal - Este inferno de amar; Seus olhos;
• A superlativação da mulher - Os cinco sentidos;
• A incapacidade de amar a mulher que o próprio poeta divinizou - Adeus;
• O drama do herói romântico que reconhece a inferioridade do seu comportamento (mas não consegue resolver o conflito entre o amor puro, espiritual, ideal, platónico e o amor pagão, materialista, fruto do desejo carnal) — Não te amo;
• O poeta que reconhece os seus defeitos e os revela — Não te amo; Adeus;
• A rejeição do conhecimento racional e a apologia do conhecimento pelos sentidos (o sentir submerge o saber; o coração predomina sobre a razão) - Os cinco sentidos;
• O tom coloquial, natural e corrente (atitude romântica, em oposição clara ao rigor dos clássicos), o tom confessional, ora monologado, ora dialogado, ora interrogativo retórico, ora dramatizado (para-teatralidade) — Este inferno de amar; Anjo és; Adeus; Destino; Não te amo;
• O abandono das convenções clássicas: do rigor métrico e rítmico, do verso branco preconizado pelos árcades;

• A linguagem simples, fluente, sem grandes efeitos estilísticos, mas colocando alguns recursos estéticos (aliterações, sinestesias, metáforas, rima encadeada, pontuação variada e expressiva, frases interrogativas, exclamativas e reticentes...) ao serviço da transmissão dos estados de alma, do lirismo subjetivo e profundo...


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