Uma perspetiva
global da obra
Poesia amorosa
plena de contradições e de contrastes:
[com indicação dos
poemas]
• a mulher-anjo e
mulher-demónio; o céu e o inferno; a salvação e a perdição; a vida e a morte; a
alma e o corpo; a plenitude e o vazio; a ventura e a tristeza; a vida e a
razão; o fascínio e a destruição; o anuir e o querer; ... - Este inferno de amar; Anjo és; Não te amo;
Adens; Gozo e dor. Os cinco sentidos;
• Os efeitos
contraditórios do amor — Este inferno de
amar; Gozo e dor;
• O poeta
idealista; o anseio do amor puro e ideal — Ignoto
deo;
• O amor intenso
irrelatado, real e autêntico; o amor-paixão; o amor sem convenções e sem
limites; o amor vivido <• partilhado a dois (a utilização insistente dos
vocábulos "rosa" e "luz", que remetem claramente para a
inspiradora destes poemas) - Gozo e
dor; Estes sítios; Anjo és;
• A sensualidade e
o erotismo (a erotização, o delírio dos sentidos, o êxtase carnal) - Os cinco sentidos;
• A paixão
absorvente e total, a dependência do EU ao TU, a intensidade do amor-paixão — Os cinco sentidos; Anjo és; Destino; Gozo e
dor; Este inferno de amar;
• O ciúme (que
implica a capacidade de aceitar o direito de escolha da mulher e o
reconhecimento desse direito) — Adeus:
• O destino, a
fatalidade (o sujeito cumpre o que está superiormente definido) - Destino; Seus olhos;
• O jogo da
sedução; a atração fatal que conduz o homem à perdição - Barca bela; Anjo és;
• A recordação do
momento do encontro fatal - Este inferno
de amar; Seus olhos;
• A superlativação
da mulher - Os cinco sentidos;
• A incapacidade
de amar a mulher que o próprio poeta divinizou - Adeus;
• O drama do herói
romântico que reconhece a inferioridade do seu comportamento (mas não consegue
resolver o conflito entre o amor puro, espiritual, ideal, platónico e o amor
pagão, materialista, fruto do desejo carnal) — Não te amo;
• O poeta que
reconhece os seus defeitos e os revela — Não
te amo; Adeus;
• A rejeição do
conhecimento racional e a apologia do conhecimento pelos sentidos (o sentir
submerge o saber; o coração predomina sobre a razão) - Os cinco sentidos;
• O tom coloquial,
natural e corrente (atitude romântica, em oposição clara ao rigor dos
clássicos), o tom confessional, ora monologado, ora dialogado, ora
interrogativo retórico, ora dramatizado (para-teatralidade) — Este inferno de amar; Anjo és; Adeus;
Destino; Não te amo;
• O abandono das
convenções clássicas: do rigor métrico e rítmico, do verso branco preconizado
pelos árcades;
• A linguagem
simples, fluente, sem grandes efeitos estilísticos, mas colocando alguns
recursos estéticos (aliterações, sinestesias, metáforas, rima encadeada,
pontuação variada e expressiva, frases interrogativas, exclamativas e
reticentes...) ao serviço da transmissão dos estados de alma, do lirismo
subjetivo e profundo...
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